lunes, 30 de diciembre de 2013

Deus, Fé e Artes Marciais.-

Por Oriosvaldo Costa

Fazem uns dois ou três anos que algumas Igrejas Evangélicas começaram á promover eventos de MMA em suas dependências aqui no Brasil.

Eu ainda prefiro que as lutas sejam realizadas em um outro local que não o reservado para os cultos e orações.

Contudo, esse fenômeno não é restrito ao nosso país, com Igrejas nos EUA realizando eventos inclusive em CAGES,ao contrário daqui no Brasil, que ainda se utilizam o tradicional ringue de cordas.

Recentemente, logo após a alardeada luta do século entre Anderson Silva e Vítor Belfort, o polêmico tema volta á tona.

Belfort costuma usar uma camiseta com o Slogan : Deus o primeiro. eu, o segundo.

Alguns líderes fundamentalistas do meio cristão se mostraram contra uma atividade por parte de seus seguidores que permitiria socos e outros golpes que levariam ao nocaute.

Entretanto, se tais líderes religiosos tivessem feito parte do meio marcial antes de suas conversões, talvez adotassem outro discurso.

Até porque não podemos ignorar as explorações militares do Velho Testamento ( Torah para os Judeus ) na Bíblia.

A religião já teve seus grandes heróis, muitos dos quais lendários no uso da faca, da lança, do cajado e da espada.Instrumentos comuns nas artes marciais de outrora, mas voltadas para a defesa-pessoal e para a guerra.

Teriam havido intercâmbios técnicos entre os antigos povos?

como qualquer das disciplinas educacionais ( arqueologia,antropologia,história) são rápidas em apontar,a divisão geográfica entre as culturas indo-européias e aquelas do oriente tem sua transição na área da Ásia Ocidental Menor ( a moderna Turquia ).

Uma vez que as influências são consideradas orientais em ambos os casos,tais heróis receberam a honraria no mais brutal aspecto da guerra ( diriam alguns ) o combate mano-á-mano.

Lembro que á época, os combates raramente eram travados á mãos limpas.

Nenhum exemplo melhor precisa ser citado do que o antigo e dramático relato de um obscuro personagem chamado Shamgar ( cerca de 1300 A.C. ), que aparece sucintamente no Livro de Juízes e emprega um ferrão de boi para assassinar 600 guerreiros Filisteus endurecidos pela Guerra.

Cerca de 300 anos depois as tropas de ataque de elite de Davi, que logo viria á ser Rei de Israel ( cerca de 1010-970 A.C. ) dispunha de um exército de experts sem paralelos em armas.


o Livro de Samuel II registra que Adino, o Ezenita, matou 800 Homens com sua lança numa longa batalha.

Do mesmo modo Eleazar, o Amonita, mestre no uso da espada, combateu e matou tantos de uma única vez que sua mão paralizada pela cãimbra teve de ser arrancada de sua arma.

( o que teria sido isso, se não um exemplo de Fé ?)

o guerreiro Benaiah, renomado chefe da guarda pessoal de Davi, envolveu-se num combate pessoal com armas desiguais contra um egípcio de tamanho e força superiores que culminou com o egípcio desarmado e morto com sua própria arma.

( Lembrou de alguma técnica de Artes Marciais ? )


Os exemplos acima,mesmo que em outro contexto cultural e histórico mostram Homens de Deus em combates armados.

Porque então, em nossos dias, onde o combate é travado com mãos nuas,sob regras restritas, com o acompanhamento necessário, o atleta profissional, que retira do esporte o seu pão,derrama suor pelos seus, não poderia louvar á Deus e até dedicar suas conquistas á Ele?

Desde que ele não tenha ódio em seu coração, tente ser justo ( não quebrando as regras ou utilizando drogas para performance esportiva ), não estaria ele mostrando ser temeroso á Deus?É preferível o estilo BAD BOY ou o mito do super atleta?


É uma parada muito pessoal entre o Homem e Deus.

e se no decorrer das batalhas ele sentir Deus tocando o seu coração para outro tipo de atividade, ele sempre terá o direito de opção.

Num mundo com tantas falsas crenças, falsas religiões,falsas profecias, falsos mestres,e tanta idolatria,não podemos nos dar ao luxo de recusar aqueles que querem se alistar no Exército de Deus.

Não podemos é afastar o Homem de Deus.

Deus, o único, infinito, e verdadeiro Deus.

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