domingo, 2 de febrero de 2014

A ASCENÇÃO EM HONG KONG, WING CHUN II PARTE.-

Foi a partir do Grande Mestre Ip Man que o Wing Chun começou á ganhar o mundo, com seu discipulo
Bruce Lee iniciando uma carreira meteórica no cinema ( e mostrando nas telonas estilos outros de Kung Fu que não o Wing Chun, diga-se de passagem ), e foi quando os alunos de Ip Man começaram a dividir com os alunos de Choi Lei Fut a hegemonia das lutas de rua entre os estilos tradicionais em Hong Kong e á dividir com este a soberania nos eventos do Gon Sao. Corria a década de 1960.

O Gon Sao era uma espécie de Vale Tudo Chinês. A única diferença entre os eventos antigos do Gon Sao e os do MMA atual é que os lutadores naquela época possuíam conhecimento em apenas um estilo de luta, o que facilitava muito quanto à estratégia a ser utilizada. Naquela época destacou-se um dos mehores lutadores já produzidos pela escola de Ip Man até hoje. Falamos de Mestre Duncan Leung. Este gostava muito de participar em Gon Sao, porque, diferentemente de hoje, naquela época, não havia campeonatos ou federações que organizassem as lutas. As únicas competições que ocorriam eram de Boxe (Hong Kong seguia a cultura e os costumes ingleses), assim, a única maneira encontrada para se expressarem, era através das lutas em academias rivais,ou em lugar neutro, previamente estabelecido.

Mestre Duncan iniciou suas disputas com alunos de seu nível, porem, como sempre se saia bem, passou a desafiar os instrutores, no que, aparentemente também saia vencedor, pois, como o Wing Chun soca muito nos rosto, seus oponentes sempre sagravam, mas, ao chegar em casa, tinha que passar pomada e enfaixar as costelas, pois, havia recebido muitos golpes nesta região. Cansado deste fato, chegou a Ip Man e perguntou por que isso acontecia. Ip Man respondeu que, depois que treinasse mais dois ou três anos, isto cessaria, mas, olhando os alunos mais velhos, percebeu que os mesmos não eram tão melhores do que ele, e muito triste, comentou com seu mestre que, se fosse para treinar esse tempo e progredir tão pouco, preferia desistir do Wing Chun, então. Neste momento Ip Man o convidou a fazer aulas privativas com ele e disse que, nestas aulas não o ensinaria somente as técnicas do Wing Chun, mas também, como aplicá-las no combate real. Após isto, sempre que Duncan tinha algum problema numa luta, Ip Man o explicava o “por que” deste erro, e o mandava lutar de novo. Duncan nunca perdeu uma revanche.

Quando seu Wing Chun já estava maduro o suficiente, ele começou á testá-lo em competições de Boxe na Austrália. Mas ao contrário de muitos dos modernos representantes do Wing Chun ( que conseguem mesclá-lo á outros estilos ), Mestre Duncan mantinha uma postura ortodoxa e não utilizava as técnicas do Pugilismo para combater, além de classificar o Boxe como o maior antagonista do Wing Chun, ao contrário de um Shawn Obasi,( representante do Wing Chun no MMA da atualidade ) que mesclava as duas modalidades em seu treinamento. Mas destacamos que os representantes da Familia de Duncan sustentam que o Wing Chun pode ser sim, utilizado nos confrontos de MMA, já que o mesmo provou na prática, que a arte pode ser utilizada com sucesso em um ambiente de Ringue.

O LEGADO DE DUNCAN LEUNG

Um dos representantes de Duncan Leung no Brasil, Sifu Marcelo Florentino destaca que o enfoque dos treinamentos com seu Mestre na China está sendo contra lutadores profissionais de Muay Thai vindos e contratado da Tailândia exclusivamente para este fim.

As pessoas geralmente perguntam "Mas por que tanta ênfase nos treinamentos contra os Thai Boxers?"

Mestre Duncan Leung acredita que, para se aprender a lutar verdadeiramente, a pessoa, após receber o treinamento pratico do Wing Chun, tem que ser submetido a um treinamento de combate real, onde, poderá testar se o conhecimento adquirido foi eficiente ou ficou falho.

Lutadores Tailandeses encaram a arte de lutar com outro espírito. As defesas do Applied Wing Chun ( designa a linhagem de Ducan Leung ) são muito contundentes pelo fato de utilizarmos as partes protuberantes de nossos membros, e mesmo assim, eles não se intimidam, claro que depois de um ou dois golpes, já passam a utilizar equipamentos de proteção, mas, o mais importante é que, não se incomodam se recebem um soco ou dez socos na cara. Eles simplesmente estão acostumados a isso. Faz parte de suas vidas. Porem, o que mais chama a atenção nestes, é o fato de não terem medo de receber estes socos, e isto, em na opinião dos membros do Applied Wing Chun é o mais importante para o lutador, ou seja, desenvolver o espírito de coragem. Lutar contra um Thai Boxer faz perceber que a luta real é completamente diferente dos sparrings que acontece dentro da academia.

Aqui no Brasil é muito difícil se encontrar profissionais de Muay Thai ou mesmo Kick Boxers que cultivem este espírito. Normalmente, nos treinos de sparrings, quando recebem um soco um pouco mais forte, já perdem o equilíbrio emocional e partem para briga. Infelizmente, este tem sido o maior problema que estou enfrentado na tentativa de implantar este método de treinamento aqui. Complementa Marcelo.



Ele finaliza afirmando acreditar que o maior problema que existe no Wing Chun do Brasil, no que se refere à sua participação em MMA é que, a maioria das escolas carrega o princípio de que o Wing Chun foi feito somente para a defesa pessoal, algo que discorda plenamente, sendo justamente este fator, o que desestimula a maioria dos grandes lutadores de ringue a praticarem o Wing Chun, exatamente por achá-lo fraco. Felizmente eles, do Applied Wing Chun estão fazendo um bom trabalho neste campo e Marcelo crê que, em breve, grandes lutadores estarão erguendo a bandeira do Wing Chun também nas competições de MMA.



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